“Música é a arte de expressar o sentimento da alma!”
Em 1974, depois de passar por uma experiência desfavorável em um concurso para ser contratado como violoncelista na Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo, tinha decidido não tocar mais profissionalmente. Faria música só para louvar a Deus.
Estava trabalhando num escritório de aprovação de crédito e financiamento, que pertencia a um amigo e irmão na fé, e nesse momento não tinha mais planos de me tornar um músico profissional.
Para a minha surpresa, recebi um telefonema de um músico conhecido, me convidando para participar do último dia de audições por uma banca de examinadores, para uma vaga de violoncelista a integrar a Orquestra Sinfônica Brasileira, que faria em breve uma turnê pela Europa.
Fiquei extremamente empolgado com o convite, mas muito preocupado como seria o meu desempenho frente a banca que me examinaria, pois estava sem estudar e treinar meu instrumento há vários dias. Pedi licença do trabalho e fui para casa para tentar me preparar o mínimo possível para o grande desafio daquela noite.
Encontrando meu pai, o músico e maestro Azor Massambani, e tendo relatado a ele o que me aguardava, ele me convidou a orar e me entregar aos cuidados de Deus para que a vontade dEle fosse feita. Sendo assim, me dirigi ao Hotel no Vale do Anhangabaú em SP onde estavam acontecendo os testes. Na sala onde estavam todos os professores de cordas da OSB, me apresentei e fui convidado a tocar. Eu ainda não tinha conseguido decidir o que apresentaria, que música, que concerto, qual suíte?
Já estava tirando o cello da capa e a dúvida persistia. Quando comecei a passar o breu no arco, uma melodia ecoou em meus ouvidos como vinda dos céus e enquanto afinava o instrumento uma letra veio a minha mente:
“Oh meu Jesus, quando lutas no caminho encontrar,
A Tua mão divina vem me ajudar;
Não temerei amparado
por Ti mesmo meu Jesus,
Oh Salvador, a vitória me vem por Tua luz” (Harpa Cristã 326)
E movido pela presença de Deus, enchendo o meu coração de fé e confiança, comecei a tocar esse hino, quando cheguei no final da estrofe para o coro, toquei aquela frase em Cordas duplas, cheio de convicção. Na minha frente não estava mais uma banca examinadora e sim Jesus, me ouvindo a louvá-lo!
Fui interrompido e me questionaram se tinha disponibilidade para ir para o Rio de Janeiro para a preparação da primeira turnê para a Europa. Então, eu respondi sim, ainda assustado pela interrupção, imaginando o que pensariam sobre a música tocada. Louvei a Deus em vez de tocar Bach, Saint Saens etc. Senti paz!
O resultado veio em poucos dias e um detalhe, me transferi para o Rio de Janeiro, onde passei a residir, por meses, na Casa Publicadora das Assembleias de Deus a convite do pastor João Pereira de Andrade e Silva, até me transferir ao endereço que passei a morar.
Na sequência, fui integrante da Orquestra Sinfônica Estadual de São Paulo (OSESP) e da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSMSP), tendo me aposentado após 36 anos como violoncelista, e ao longo de todos esses anos, venho me dedicando ao ministério do louvor na Casa do Senhor e ministrando a importância da música a serviço de Deus. O que Deus faz por nós é sublime!
Por Gilberto Massambani
Evangelista e ministro de música
nascido em 02/04/1948